Por Sandra Elisabeth
Referências Bibliográficas
Em 1976, Matsunaga propôs que para
as empresas do agronegócio as análises financeiras fossem realizadas através do
levantamento dos custo operacional efetivo, custo operacional total,
remuneração do capital e faturamento total.
Para Matsunaga, 1976 (p.132) o custo
operacional efetivo (COE) “compõe-se de todos os itens de custos considerados
variáveis ou despesas diretas e é representado pelos dispêndios em dinheiro, em
mão de obra, sementes, fertilizantes, defensivos, combustíveis, reparos,
alimentação, vacinas, medicamentos, juros bancários, impostos e taxas”.
Para obter-se o custo operacional
total (COT), o autor sugere que adicione-mos ao
COE a depreciação dos bens duráveis e o pró-labore dos sócios
(MATSUNAGA, 1976).
E o custo total (CT), nesta
metodologia, é o resultado da somatória do COT com a remuneração do capital e
do empresário que se obteria caso o investimento do dinheiro fosse em banco ao
invés de ser na produção (MATSUNAGA, 1976).
Batalha
(1997) considera que as atividades agrícolas são uma extensa rede de agentes
econômicos que vão desde a produção de insumos, transformação industrial até
armazenagem e distribuição agrícola.
Figura 01: Cadeia Produtiva
Fonte: Adaptado de BATALHA,
M. O. Gestão agroindustrial. São Paulo: Atlas, 1997
Compreender isto é
importante, pois significa que diversas indústrias também fazem parte da cadeia
do agronegócios, e por isso, podem se beneficiar da metodologia proposta por
Matsunaga (1976).
Porém, não são apenas
as do seguimento do agronegócios que podem se beneficiar desta metodologia, já
que a proposta inicial é medir a viabilidade econômica de um empreendimento de
maneira mais simplificada e coerente.
Startups que ainda não
tem bem definido os custos fixos e variáveis podem utilizar-se da proposta de
Matsunaga (1976) para prever se vale ou não a pena continuar investindo na
ideia.
A análise principal
que é feita sob estas informações se divide em Margem Bruta, Líquida e Lucro.
Entendendo-se como Margem Bruta a diferença entre as Receitas e o COE.
Já a Margem Líquida é
a diferença entre Receita e COT.
O ponto alto desta
análise é a forma que é feito o cálculo do Lucro, onde Matsunaga propõe que se
desconte da Margem Líquida o custo da oportunidade do dinheiro, ou seja,
soma-se aos custos totais o quanto a empresa poderia estar ganhando caso
tivesse colocado todo o investimento em um rendimento bancário ao invés de construir
a empresa e pagar os fornecedores.
Só depois desta
análise Matsunaga (1976) considera que o empreendimento tem lucro.
Ora, se a empresa está
rendendo menos que a Poupança ou outro Fundo de Investimento, financeiramente
não faz sentido continuar com o negócio!
É um método um tanto
doído, principalmente quando o empresário não quer desistir do empreendimento,
por isso é uma análise que deve ser feita com cautela, baseada em dados reais e
possíveis.
Atualmente utilizamos
esta ferramenta para fazer as análises financeiras das empresas aceleradas e
das startups, e tem funcionado! Os empreendedores e empresários passaram a ter
uma visão mais objetiva do que o futuro aguarda versus os desafios que precisarão enfrentar!
Referências Bibliográficas
BATALHA, M. O. Gestão agroindustrial. São Paulo: Atlas, 1997.
MATSUNAGA, M. et al. Metodologia
de custo de produção utilizada pelo IEA. Agricultura em São Paulo, São
Paulo, 1976.