Por Sandra Elisabeth
Falamos muito de inovação, criatividade para inovação, mudanças organizacionais, choque de gestão... mas percebo muita conversa e pouca prática!
Falamos muito de inovação, criatividade para inovação, mudanças organizacionais, choque de gestão... mas percebo muita conversa e pouca prática!
Porque isso
acontece? Porque as empresas não colocam em prática tudo isso que tanto discutimos
no dia a dia? É simples: medo de dar errado!
Podemos dar
várias justificativas, muitos vão dizer que não é bem medo... mas vamos ser
honestos: quem não tem medo em mexer em time que está ganhando?
Pois bem, se
ter medo é algo intrínseco do ser humano, como podemos amenizar esse medo,
reduzir os riscos e inovar de verdade? Usando a metodologia Lean Startup e o
conceito do MVP.
Já discuti o
que é lean startup e MVP – produto mínimo viável em outros posts. Aqui quero
mostrar como é possível utilizar-se deste conceito para diminuir os riscos e
assim não temer o erro!
Já sabemos
que o conceito do MVP é usado para o lançamento de um novo produto ou serviço,
o que estou propondo aqui é utilizar-se deste conceito para fazer uma mudança
na linha de produção; nos procedimentos da empresa ou, antes de se comprar um
novo equipamento.
Só para
exemplificar e mostrar que é possível vou deixar um exemplo real de como usar o
conceito do MVP antes de se comprar novos equipamentos. Tenho um amigo que
trabalha em uma média empresa que faz a montagem de laptops e tablets. Ele
estava com problemas no fluxo de informação da empresa e não conseguia
“enxergar” onde cada ordem de serviço (OS) estava dentro da empresa.
Você pode
pensar que é só implementar um software na linha de produção. Resolvido! Sim,
isso mesmo, mas esse passo simples requer investimento em software e hardware.
E depois o treinamento dos funcionários para que lembrem de lançar os dados
corretamente no software!
Pois bem, o
medo da empresa era o custo que tudo isso iria gerar e se o benefício depois
efetivamente aconteceria. Meu amigo poderia ter se dado por vencido e pronto,
entretanto ele conhece o conceito do MVP e resolveu aplica-lo neste caso.
O que ele
fez: primeiro pediu autorização para utilizar 10 tablets que estavam no
“refugo” da empresa (aparelhos que foram considerados inadequados para serem
vendidos ao cliente). Com a autorização em mãos ele copiou a OS em uma planilha
compartilhada na Internet; colocou cada um dos aparelhos no start de um
processo produtivo e mostrou para os funcionários como era fácil preencher a
planilha no tablet (era a mesma OS que estavam acostumados a usar, a diferença
que estava on line).
Um mês
depois o diretor da empresa veio falar com ele, queria saber o que aconteceu na
linha de produção, já que os prazos estavam sendo cumpridos corretamente e
quando não era possível o cliente era avisado com 15 dias de antecedência.
Meu amigo
mostrou o que fez com os tablets e com a simples planilha on line. Disse também
as melhorias que poderiam ser feitas com um software e pontuou o mais
importante: “os resultados são positivos porque não alterei a forma como os
funcionários deveriam preencher a OS”. Pronto: diretoria convencida e software
instalado. Medo de perder dinheiro acabado!
O que quero
frisar aqui: durante o período de teste do MVP meu amigo percebeu que se caso
tivesse mudança no formato da OS, na posição de algum dado, provavelmente ele
teria dificuldade em convencer os funcionários a lançarem os dados no momento
correto e mais ele ainda teria muito trabalho para treiná-los a preencher o
novo formato de OS.
É para isso
que o MVP serve; para analisar as possibilidades, o que pode ser melhorado,
onde podem estar os problemas e o que mais deve ser feito para que a empresa
cresça com o mínimo de erro.