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Porque minha startup não é interessante para uma aceleradora?

Por Sandra Elisabeth

Muitos empreendedores não entendem porque suas ideias foram “rejeitadas” por uma aceleradora, afinal sua ideia pode se transformar em um negócio viável e gerar lucros.

Se o negócio é viável e pode gerar lucros, porque não foi aceito por uma aceleradora?

Para responder esta pergunta, primeiro é necessário entender qual o papel das aceleradoras no cenário empreendedor. Uma aceleradora é a responsável por auxiliar empreendedores a tirarem suas ideias do papel e transformá-las em negócios rentáveis em um curto espaço de tempo, por isso o nome aceleradora!


O que acontece é que não existem milagres, as aceleradoras não pulam etapas do processo gerencial e administrativo para chegarem a um resultado positivo em um curto espaço de tempo (geralmente entre 6 meses e 1 ano). Para isso acontecer, dentro do prazo e resultado esperado, é necessário que a startup atenda a 4 requisitos básicos, representados na figura abaixo:



O primeiro e mais importante – EQUIPE: É necessário ter uma equipe coesa e complementar. Já dei esse exemplo em outros artigos, mas não adianta você querer desenvolver um App super bacana se você não é desenvolvedor. Antes de apresentar sua ideia para qualquer investidor garanta que na sua equipe (como sócios) há pelo menos uma pessoa capaz de desenvolver ou acompanhar esse desenvolvimento com Know How.

Na sequencia – INOVAÇÃO: Pesquise, conheça sua ideia e seus concorrentes. Tenha em mente que para crescer exponencialmente como uma aceleradora espera você não deve ter concorrente direto e nem indireto. Isso é essencial para o resultado rápido. Essas garantias só temos com os produtos e serviços inovadores. Sua ideia é exportar um produto muito bacana? Legal, ótimo! Com certeza você vai ganhar muito dinheiro, porém não há inovação nenhuma em fazer isso! Você pode argumentar: mas eu tenho a exclusividade de representar a empresa que fabrica esse produto. Ótimo para você! Por quanto tempo é essa exclusividade? Posso comprar esse produto direto pela Internet, sem intermediários? Há concorrentes do produto? Essas são as questões que os avaliadores levam em consideração no momento de pontuar o quesito inovação. Então pense bem nisso: o que de inovador você tem ou faz?

O próximo item é ESCALA, ou seja, quanto eu consigo produzir deste produto ou serviço com um o mesmo custo variável total ou qual o tamanho da minha margem de contribuição para esse produto? Aqui entra a matemática financeira da coisa.

a. Para seu negócio ser interessante para uma aceleradora é muito importante que sua ideia possua um custo variável total que não se altere, independente de quantos produtos você venda. O melhor exemplo neste caso é um App. Qual o custo para se produzir um App? E depois, qual o custo para se entregar um milhão de App? O mesmo. Não há alteração. O App está pronto e pode ser “copiado” quantas vezes quisermos para dispositivos diferentes

b. Um outro tipo de produto que também chama a atenção das aceleradoras são os que têm grandes margens de contribuição. Esses geralmente são produtos e serviços de nichos que podem custar caro para o consumidor final (por causa da marca, usabilidade, designer, etc), porém muito barato para o fabricante. Um exemplo: o setor de confecções. Vocês sabem quanto custa fabricar uma camisa social masculina no Brasil (lembrem que estamos falamos de custo variável)? Não, uma boa camisa, de um ótimo tecido, com uma excelente costura custa no máximo R$ 10,00. Esse preço aumenta de acordo com o grau de dificuldade (estampa, detalhes extras), mas quanto você paga em uma camisa social masculina “de marca”? R$ 600,00; R$ 800,00? Ok, a conta ficou fácil né! E só para esclarecer eu não chutei os números... eu sei os números pois atuei durante 5 anos no setor de MODA!


Enfim, ficou claro que se sua ideia não envolver nenhuma das duas possibilidades acima, novamente fica difícil ter seu projeto aceito por uma aceleradora.

E por último, mas não menos importante A ÁREA DE ATUAÇÃO DA ACELERADORA. Geralmente as aceleradoras possuem áreas de atuação muito específicas; umas só trabalham com startups das áreas de software, outras apenas com negócios sociais, e a Sýndreams, por exemplo, atua com Economia Criativa, Healthcare e Agronegócios. Isso significa que se você enviar um projeto de moda para uma aceleradora que não atue nessa área ela dirá não ao seu projeto, por mais lucrativo que ele seja e a razão é óbvia: eles não têm profissionais que conseguiram te ajudar em todas as etapas do seu processo.

Então se dê o trabalho de ler o passo a passo do processo de aceleração da aceleradora que você escolheu. Leia o Termo de Compromisso que eles firmarão com você. Compreenda o que eles fazem antes de enviar seu projeto.

Quando você faz isso, aumenta as chances de ser aceito pela aceleradora que escolheu!

Ah! E uma observação final: a aceleradora até pode lhe auxiliar no encontro de recursos financeiros para o desenvolvimento do seu projeto, porém a aceleradora não é uma instituição financeira e muito menos tem as característica de um investidor anjo. O maior investimento de uma aceleradora no seu empreendimento é o networking e o Know How.

Lembre-se que existem muitos produtos patenteados que nem eu e nem você nunca vimos no mercado geral para serem comprados, isto porque apesar de serem muito bons seu idealizador a. não conseguiu dar o próximo passou ou b. só depois do produto pronto é que percebeu que não haveriam clientes interessados em adquirir sua ideia.

Pense nisso e sucesso!

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