Pular para o conteúdo principal

Trilha de Inovação: Ideia, invenção e inovação

Por Sandra Elisabeth e Celso Carrer

Uma ideia pode ser interpretada como um pensamento e até mesmo como a representação deste (BARBIERI; ÁLVARES, 2011). Isto significa, que ter uma ideia é o primeiro passo para o desenvolvimento de uma inovação, mas isto apenas não basta.

Já a invenção é a transformação da ideia em algo palpável. Em outras palavras, trata-se do desenvolvimento da ideia, ou seja, um passo antes da inovação (Figura 01), diferenciando-se desta pela quantidade de etapas à serem cumpridas. Esta atividade se apresenta como planos, fórmulas, modelos, protótipos, descrições, entre outros meios capazes de apresentar a ideia pensada de maneira palpável (BARBIERI; ÁLVARES, 2011).

Ter ideias criativas e transformá-las em invenções não é suficiente para dizer que existe inovação, pois INOVAÇÃO é quando uma ideia atende às necessidades e expectativas do mercado e se torna viável do ponto de vista econômico e sustentável, oferecendo retorno financeiro às empresas. Deste modo, inovação é transformar conhecimento em dinheiro (Geoff Nicholson - 3M, 2014).

Figura 01: Caminho da inovação

Fonte: Adaptado de Barbieri e Álvares (2011)


De acordo com Oliveira (2005), o conhecimento é formado pela transformação do dado em informação e esta última em conhecimento, sendo dado qualquer elemento identificado em sua forma bruta que, por si só, não conduz a uma tomada de decisão.

A informação é o dado trabalhado que permite uma tomada de decisão consciente e pensada. O conjunto destas informações gera conhecimento para o desenvolvimento e até mesmo antecipação das decisões.

Ter a informação possibilita ações corretivas, já o conhecimento gera movimentos preditivos. De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa, o termo predição está relacionado com a ação de afirmar, antecipadamente, o que poderá ocorrer num momento futuro.

Quando Nicholson (2014) afirma que inovar é transformar conhecimento em dinheiro, ele diz que “a ideia brilhante”, que deixará o inventor rico, só é possível quando existe conhecimento.

Ainda, quanto mais disruptiva for a inovação, mais conhecimento é necessário! E não apenas o conhecimento técnico de como fazer o produto, mas exige-se também um conhecimento do mercado, do cliente, da necessidade de quem vai consumir o que está sendo desenvolvido.

Devido esta amplitude de conhecimento que envolve o processo de inovação, não é mais possível afirmar que este ocorre apenas no Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de uma empresa e é de responsabilidade exclusiva dos engenheiros.

Pensar desta forma é ser limitado quando o assunto é inovação! De acordo com Trías de Bes e Kotler (2011) as fontes de inovação são diversas e estão espalhadas por todos os departamentos de uma organização, incluindo seus stakeholders.

Estamos chegando ao final da sexta onda de inovação, de acordo com Joseph Schumpeter (1997). Como podemos perceber na Figura 2, as primeiras ondas duravam muitos anos e tinham um baixo impacto inovador na sociedade. Com o passar do tempo, esta curva se inverte, e agora esta onda inovativa dura cada vez menos tempo e tem um impacto cada vez maior em nosso dia a dia.
  
Figura 02: Ondas de inovação


Fonte: Adaptado de Schumpeter (1997)


Observando as ondas de inovação proposta por Schumpeter (1997) é possível verificar por exemplo que levou-se 60 anos para a força hidráulica ser substituida pela energia á vapor, porém em apenas 10 anos a biotecnologia tradicional surgida entre 1980 e 1990 já foi substituída pela biotecnologia verde. 

Resumidamente, o conhecimento é o gerador de ideias, que geram invenção e culminam em inovação quando esta atende as necessidades e expectativas do cliente!

REFERÊNCIAS:

BARBIERI, José Carlos, ÁLVARES, Antonio Teixeira, CAJAZEIRA, Jorge Reis. Gestão de Idéias para Inovação Contínua. São Paulo: Bookman, 2011.

SCHUMPETER, Joseph Alois. Teoria do Desenvolvimento Econômico, uma investigação sobre lucro, capital, crédito, juros e o Ciclo Económico. São Paulo: Nova Cultural, 1997.

TRÍAS DE BES, Fernando; KOTLER, Philip. A Bíblia da Inovação. São Paulo: Lua de Papel, 2011

NICHOLSON, Geoff. O que é inovação. 3M Inovação. 15 mai 2014. Disponível em https://3minovacao.com.br/aprenda/cursos/o-que-e-inovacao. Acesso em 19 abr. 2019.

OLIVEIRA, Djalma de Rebouças. Sistemas de Informações Gerenciais. São Paulo: Atlas, 2005

PREDITIVOS. In: DICIO, Dicionário Online de Português, definições e significados de mais de 400 mil palavras. Todas as palavras de A a Z. Disponível em: https://www.dicio.com.br/preditivo/ Acesso em: 11 mai. 2019.

Postagens mais visitadas deste blog

Podcast sobre Indústria 4.0

Por Sýndreams Nossa mentora e diretora Sandra Elisabeth gravou um Podcast sobre Indústria 4.0 para a ação USF at Home da Universidade São Francisco. Esta ação tem como objetivo levar informação e conhecimento aos alunos, ex-alunos e toda comunidade que segue a USF nas redes sociais. Confira a seguir o que ela disse sobre Indústria 4.0:

IDEATHON - NJE CAMPINAS

A Sýndreams é apoiadora do Ideathon online promovido pelo CIESP Campinas.  O Ideathon é uma maratona elaborada especialmente para o desenvolvimento de negócios inovadores através de técnicas de ideação, modelagem de negócios e oficinas de pitch. Realizado pelo Núcleo de Jovens Empreendedores do CIESP Campinas, pela primeira vez de maneira online, tem o objetivo de reunir estudantes e profissionais de diversas áreas para contribuir com o tema “Soluções para produtividade do Home Office na Indústria”. Inscrições gratuitas individuais ou em equipes. Por ser um evento realizado totalmente online, o desenvolvimento das ideias será em etapas, utilizando a plataforma de compartilhamento de arquivos Google Drive, além de palestras de orientação online (vídeo conferência ao vivo). A apresentação final das ideias será por meio de vídeos previamente gravados, que serão apresentados em uma live com todos os jurados. As inscrições podem ser individuais ou por equipes, e todos que apresentarem s...

Um pouco mais sobre oportunidades

Por Sandra Elisabeth Voltamos a falar sobre OPORTUNIDADES. O que é oportunidade? Segundo o dicionário oportunidade é um substantivo feminino que significa 1 .qualidade, caráter do que é oportuno. 2 . ocasião azada; circunstância oportuna, favorável para a realização de algo; ensejo. Alguns empreendedores acreditam em SORTE! Mais o que é a sorte senão o encontro do preparo com a oportunidade! Bom, se a “sorte” também tem a ver com oportunidade, entende-se que não podemos desperdiçar as oportunidades para não dispensar a sorte, correto? Parece que para alguns empreendedores a história não é bem assim... Tenho acompanhado algumas startups e seus “CEO’s” e ouço alguns deles falando que “fulano teve sorte, encontrou um grande investidor eu não consigo encontrar ninguém que queira investir no meu projeto....”. Ninguém diz: “Como ele trabalhou duro, quantas apresentações ele fez até que finalmente conseguiu!”. Tem também os que reclamam de tudo: se não são selecionado...